Nesta terça-feira, 29/10/2019, fui pego assistindo um duelo do tempo. O futuro me fazia assistir a Seleção Brasileira Sub-17 disputando seu Mundial contra a Nova Zelândia, quando o passado me pregou uma armadilha ao zapear o canal para um tal “Jogo Pela Paz” entre Brasil e Israel.
Já era!
Nesse momento me deparei com a verdadeira Seleção Brasileira.
A escalação vinha com Jefferson, Cafu, Aldair, Gonçalves e Roberto Carlos; Emerson, Edmílson, Rivaldo e Kaká; Ronaldinho e Bebeto. E para revezar o fôlego completavam o elenco, Ânderson Polga, César Sampaio e Amoroso.
Que me perdoem os garotos e até mesmo o atual elenco canarinho, mas ver a intimidade que o Ronaldinho tem com a bola, o tempo perfeito para desarmar de Aldair, e as arrancadas finalizadas com o tradicional chute colocado de Kaká me fez lembrar e até mesmo me emocionar ao saber que já tivemos tamanhos talentos representando essa camisa amarela.
Posso estar sendo saudosista sim, e não tenho vergonha de assumir, mas fiquei com a sensação de que se um garoto que não teve o privilégio de ver esses caras jogarem assistisse essa simples “pelada” com uns tais quarentões e cinquentões ia ver como é diferente a forma que eles tratam a bola.
Uma inversão de jogo entre Cafu e Roberto Carlos chega me fazer lacrimejar. Saber que hoje nossa mística camisa 9 está sem dono cativo e ver um gol de Bebeto é de um sadomasoquismo imenso.
Nada contra o futebol atual e, diga-se de passagem, vale a pena acompanhar Talles Magno e Cia no Sub-17, porém a magia que entrava em campo junto com esses senhores não se vê hoje em dia.
Há quem diga que temos Neymar para dar show. Me perdoe, mas falar isso é não entender o porque a partida era parada diversas vezes para impedir uma invasão de campo só para abraçar o R10.
Achar que os chutes de fora da área do Coutinho são um ponto forte da seleção, é nunca ver uma chapada na bola que o Kaká fazia na entrada da área. O mesmo Kaká que tomou um cartão amarelo no meio do jogo festivo só para a árbitra da partida sacar o seu celular e tirar uma selfie com o nosso último melhor do mundo.
Melhor do mundo… isso já foi tão sinônimo do nosso futebol que chega a ser piada sabermos que algo tão natural para nós é tratado como obsessão hoje em dia.
Fui dormir sonhando que talvez esteja num Sub-17 da vida a minha esperança de rever a magia que outrora mostraram os Sub-50 de agora.
Ruan Calheiros, 29 anos de bola rolando.
Formado em jornalismo pela universidade MSB – Mídias Sociais do Brasil, Pós-graduado em canais esportivos e com Mestrado em Jogos Manager. Desenvolveu esse site para poder expor aos peladeiros, corneteiros e futebolistas suas opiniões e analises do fascinante mundo da bola.
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